sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Coragem de Manuel Félix do Vale originou os festejos da padroeira dos marítimos em Areia Branca

0A origem da Festa dos Navegantes em Areia Branca data maio de 1911. Foi o resultado de uma promessa feita pelo maquinista Manuel Félix do Vale, que quase perdeu a vida e da sua tripulação ao tentar salvar de uma avaria em alto mar, a embarcação que levava para ser consertada no Recife (PE).

Os mais antigos contam que em maio de 1911 o conhecido rebocador "Sucesso", do tráfego do porto local, viajou para a capital pernambucana rebocado pelo vapor "Assu", a fim de ser consertado no estaleiro daquela capital.

Navegava assim, quando na altura do Cabo Santo Agostinho o cabo bastante longo que o prendia ao vapor, enrolou em uma hélice em consequência do mar agitado.

Em junho de 2011 a Paróquia de Areia Branca resgatou a imagem original de Nossa Senhora dos Navegantes, que se encontrava em Ponta do Mel (Foto: Cedida/Paróquia)

A situação ficou perigosa diante da certeza de que a embarcação avariada iria a pique, caso o cabo não fosse retirado da hélice do vapor. Foi quando o maquinista, o areia-branquense Manoel Félix do Vale, católico fervoroso, membro de tradicional família local, se lançou na água com uma faca na mão,   colocando em risco a própria vida.

Numa manobra rápida e corajosa, ele conseguiu cortar o cabo enrolado na hélice, evitando assim, com esse gesto heróico, um iminente naufrágio do rebocador.

Ao mergulhar, certo do perigo que enfrentava, o maquinista fez uma promessa a Nossa Senhora dosa Navegantes: de trazer para Areia Branca a imagem da santa, entroná-la no altar da igreja e todos os anos, no dia 4 de julho, organizar uma procissão marítima em homenagem à sua protetora.

A data da festa, porém, foi posteriormente mudada para 15 de agosto pelo Bispo Dom Antônio Cabral dos Santos, pelo fato de ser consagrada a Nossa Senhora.

Consta que o início da devoção a Nossa Senhora dos Navegantes originou-se na Idade Média por ocasião das Cruzadas,  quando os cristãos invocavam a  proteção de Maria Santíssima.  Sob o título de "Estrela do Mar",  rogavam sua proteção aos cruzados que faziam a travessia pelo Mar Mediterrâneo em direção à Palestina.  

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A imagem hoje, símbolo da padroeira dos marítimos (Foto: Arquivo)

É a padroeira não só dos navegantes, mas  também de todos os viajantes. Tal tradição foi mantida entre os marítimos e foi difundida pelos navegadores portugueses e espanhóis, disseminando-se entre os pescadores litorâneos, principalmente nas terras colonizadas pela Espanha e Portugal.  

As consequências foram a multiplicação de capelas, igrejas e santuários nas regiões pesqueiras, particularmente no Sul do Brasil, onde a  concentração de cidades que a veneram como padroeira é significativamente expressiva.

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Jornalista do jornal O Mossoroense, redator do noticiário matinal “Costa Branca em Notícias”, da Rádio Costa Branca – FM 104,3 de Areia Branca (RN), onde aos domingos apresenta o programa de variedades “Domingão da 104”

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